Nem me falem em vindimas! Sentindo-me bem melhor e com mais força no cotovelo, rumei ao Alto Minho para dar uma mão nas vindimas do meu amigo caçador, pescador, agricultor, vitivinicultor, tocador de bombos e zabumbas, Pedro de Troporiz City, agora também candidato a senhor presidente da junta do localidade onde o sapo quis voar sem asas… Logo cedo arregaçamos as mangas da t-shirt de manga curta e pusemos mãos…na vinha! Pusemos? Sim, fomos todos, o grupo Recreativo e Cultural ‘Sempre os Mesmos’, amigos do Pedrinho e que habitualmente lhe dá uma mãozinha nestas coisas do Alvarinho. Um sábado inteiro a dar ao cabedal (coisa rara!!!), a levar com chuva, sol e já no final do dia, dores nas costas e alguns cortes nas mãos. Mais uma vez comemos e bebemos porque este grupo recreativo leva muito a sério o lema ‘quem não é para comer, não é para trabalhar! ‘. Uma semana depois rumamos a Azinhal, bem perto de Almeida, aldeia bem pequena e quente, onde o amigo músico doutor TS tem pra lá umas videiras carregadas de uvas que deram ao grupo ‘Sempre os Mesmos’ mais dores nas costas e uns quilinhos a mais, obrigados que fomos a comer sem resmungar! Depois disto tudo percebo perfeitamente o trabalho que dá trabalhar na agricultura! Afinal, parece que não é só aparecer na TV para pedir subsídios ao governo porque choveu muito ou choveu pouco ou porque a gripe deu cabo dos porcos, não é só mostrar a pick-up e o boné da Lacoste e dizer que assim não dá! Eu vi com os meus olhos pequenos que muitos trabalham muito, no duro e bem! Para mim já chega! Já tirei a prova dos nove, dos quinze ou dos vinte! Cheguei à conclusão que esta vida não é para mim! Podem pedir-me ajuda mas desde que seja só um dia ou outro, nada mais. Deixem-me tar no meu cantinho e nem me incomodem, por favor! Ainda bem que ninguém da minha família tem terrenos agrícolas, nem vinhas, assim fico mais descansado! Para o ano há mais, falta é saber se me vai apetecer!
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