quarta-feira, 27 de maio de 2009

O meu cotovelo conheceu o grande David

Meus amigos, a saga do cotovelo não acabou! Esta história é verídica mas irreal ao mesmo tempo! Pensava estar no bom caminho, a recuperar do roubo da tacícula radial a que fui sujeito na 1ª intervenção cirúrgica, quando recebi a péssima e inesperada notícia vinda do Dr. Ortopedista: " caro amigo, tá aqui um caso difícil, você tem uma nova luxação do cotovelo, vamos ter de operar e meter isso no sitio!" Assim, sem a mínima compaixão ou pena! Foi neste dia que vi pela primeira vez o grande David Meireles, oriundo de Arcos de Valdevez, meu companheiro desde esse marcante 14 de Maio. Reencontrei David 4 dias depois, no dia da 2ª cirurgia. O grande David tinha um corpo franzino, pele "gasta" da vida dura do campo, uns grandes olhos azuis carregados de experiências dolorosas da vida que os 58 anos de idade não deixavam mentir. David foi combatente na Guerra do Ultramar em Angola, entre os 1968 e 1970, e num dos braços estava a prova! Numa típica tatuagem realizada no mato podia ler-se "Angola 1968/1970". Por cima desta frase desenhavam-se 2 corações interligados lado a lado dizendo "amor de mãe e pai". Mal regressou à metrópole atirou-se à agricultura onde conheceu a mulher que foi simplesmente a causadora do "atropelamento" pouco usual que foi alvo! Resumidamente David confidenciou-me que a culpa de ter partido o braço foi "da vaca da minha mulher!" Confesso que no início não tinha entendido, eu vi a mulher do senhor David e não tinha nada ‘ar de vaca’ mas logo o meu novo amigo abriu o livro e contou-me tudo. A mulher do David tinha uma vaca, uma grande vaca, que todos os dias deixava num terreno perto de casa para….pastar. No dia fatídico David não queria mas lá teve que levar a vaca pró pasto e a grande vaca, sem dar cavaco ao grande ex-combatente, atropelou-o com uma cornada, causando-lhe ferimentos graves num braço, exatamente no braço das tatuagens! Os olhos do Sr. David tresandavam a raiva quando falava da vaca da mulher dele! Perguntei-lhe o que iria fazer com a vaca, se a iria matar ou vender mas logo me respondeu ”eu bem queria matar a vaca da minha mulher mas ela gosta mais da vaca do que de mim!” David e eu fomos encaminhados para uma sala de espera onde nos despimos e nos fizeram colheita de sangue, ali sem mais nem menos! Fui eu próprio que depilei o braço! Não havia macas para os dois, fomos transportados um da cada vez para o bloco operatório onde ficamos á espera o tempo suficiente para morrermos congelados! Meteram “ferralhas” no braço do meu amigo David e a mim colocaram um fio metálico no cotovelo. Será desta que me livrarei do hospital?

domingo, 10 de maio de 2009

Coisas tão evidentes...

Numa recente visita a Folgosinho, Gouveia, onde a Associação Marcha Tudo se deslocou apenas e só para comer bem e pagar pouco, demos com uma estranha associação entre a mulher e a água. Deparamos com uma bem arranjadinha e limpinha localidade que se preparou também para o turismo rural, tão em voga nestes dias. No largo central de Folgosinho lá estavam dois pormenores interessantes da cultura portuguesa: a escultura em pedra e os famosos provérbios!Realmente foi preciso fazer muitos quilómetros para me aperceber que é mesmo verdade! É impressionante como o nosso português é tão simples, nós é que o complicamos e muito!