segunda-feira, 15 de junho de 2009

Onde tá a crise

Fim-de-semana gastronómico sem crise…ou não! Neste fim-de-semana antecipado e alargado, com os feriados do Dia de Portugal e de Corpo de Deus, resolvi dedicar-me à gastronomia do Alto Minho. Visitei a Festa do Mar e da Sardinha que decorreu na minha paróquia e que, na minha modesta opinião, pareceu-me bem organizada e terá ultrapassado as expectativas iniciais da população no geral. Gostei deste evento que há muito deveria ter lugar e que dá outra vida á minha paroquia! Como bom filho da terra que penso ainda ser, fui almoçar a uma Tasca/Restaurante (pelo que descobri o único representante gastronómico ancorense presente!) com uns amigos forasteiros e comi a bela da sardinha como manda o bom livro da etiqueta ancorense: com as mãos! Seria difícil de outra forma porque só tenho um braço com a respectiva mão disponível! No meio apregoada crise que nos assola apercebi-me que estamos a ficar cada vez mais parecidos com os brasileiros: apenas há dinheiro para festas, comer e beber! Recuei um pouco atrás como o caranguejo e enumerei mentalmente as inúmeras festas ou festivais de comes e bebes no Alto Minho nestes últimos dias: festa do bacalhau em Melgaço, do presunto e enchidos em Paredes de Coura, do Alvarinho em Melgaço e recentemente em Monção, Valença à Mesa com bacalhau, Festa da Sardinha em Vila Praia Ancora, Feira Medieval em Caminha… etc! CRISE? Não a vi! Ligado que estou e estarei a Monção, foi lá que consumei e operei o voo sem asas, cumpri o roteiro turístico sendo obrigado a visitar mais uma feira, a do Vinho Alvarinho! Lembrei-me de um primaço que costuma dizer “confesso que até nem gosto muito mas se mo derem…bebo!”. Toneladas de garrafas! É impressionante o que se bebe! Descobri que existem várias formas de saborear Alvarinho, há quem o beba, quem o coma e quem o vomite…Já que estava por lá deleitei-me com alguns dos pratos tradicionais de Monção, comecei no sável do rio Minho e terminei no cabrito assado à moda de Monção, declaradamente e oficialmente… Foda à Monção! Crise? Não a vi por estes lados nem tão pouco o malogrado Magalhães! Nem sequer vi a COCA, o famoso animal parecido com um dragão, que tem que ser derrotado pelo cavaleiro S. Jorge cortando-lhe uma orelha, augurando assim um bom ano de colheitas! Ela estava lá, eu é que não a vi! Como faço para andar no laréu, de festa em festa? É preciso ter motorista, ficar de baixa 9 meses (acho que já ultrapassei) e fazer parte do projecto de cobaias humanas no Hosp. Viana do Castelo, departamento de Ortopedia! Não é necessário estudar, é só cair! Os comentários são fantásticos: “outra vez de gesso?”, “tu gostas disso!”, “vai mas é trabalhar malandro!”, e o que mais gosto de ouvir “ tomaste-lhe o gosto!” Ai se o senhor Sócrates me ouve…. ele não costuma ouvir ninguém…!

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