quarta-feira, 24 de junho de 2009

Bora lá martelar

“Estes portugueses devem estar loucos!”, poderiam dizer os romanos por não conseguirem perceber e/ou entender o ambiente da famosa cidade invicta na noite de 23 de Junho! Bem mais perto e sem poção mágica, ninguém quer perder esta festa que acontece um pouco por todo o lado no nosso rectângulo, ou seja em quatro lados (rectângulo tem quatro lados…ou não!). Chama-se… S. João. Andrades e bracarenses vivem e idolatram-no como mais ninguém! Na noite de S. João, não fazem mais nada a não ser comer sardinhas, beber vinho, dançar, cantar e… dar marteladas em quem passa! Fui, mais uma vez obrigado e a pedido de várias famílias, assistir in loco a este estranho acto de martelar qualquer cabeça que lhes apareça à frente e nem aos carecas e agessados (pessoas com gesso em qualquer membro) perdoaram!!! Estive na emblemática Ribeira do Porto onde estavam milhares de pessoas munidas com o famoso martelo de todos os tamanhos e feitios. Assisti a um fantástico fogo de artifício combinado entre Gaia e Porto que demorou exatamente 24 minutos. 24 minutos? Isso mesmo, nunca tinha assistido a tanto queimar de dinheiro! Nem consigo imaginar quanto terá custado! Nem quero…Vi toneladas de camones (inclui ingleses, suecos, holandeses e tanques alemães), espanhóis, cabeças de lata (oriundos dos países de leste), xinocas, japas e francius, completamente loucos, a martelarem como se não houvesse amanhã! Estavam colados! Eles não entendiam o porquê mas não queriam outra coisa, nos países deles não havia disto! O que o nosso povão gosta, já diria o grande Estebes, é de festas e copos! Milhares de andrades extasiados a martelar e dando a cheirar aquele alho com cheiro horripilante, alho-porro, a beber aquela cerveja que eu deixei de beber mas que fui obrigado porque não havia outra, e a tentar esquecer a crise. Se vi a crise? Mas qual crise? Nada! E a gripe? Népia! Dei conta que o provérbio “quando mija um português, mijam logo dois ou três” continua no auge, a cerveja e o álcool em geral têm de sair por algum lado mas despejar no rio Douro, eh pá…é muita poluição e os peixes gostam pouco de agua quente. Nem tudo é mau! Martelar resolve problemas de ossos porque sempre que passava um individuo de raça negra chamavam-lhe Cissokho, batiam-lhe com o martelo e gritavam-lhe "toma lá martelada para ver se ficas bom da cachada!". Coitado do pobre! O que o que a malta gosta é de martelar! Bora lá!

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