O novo Picheleiro de Pinhel

     Ponderei não ir mas a oportunidade de ver um amigo dar o nó foi mais forte… fomos 4 marmanjos no sapomóvel até Pinhel! Onde fica? Desde a nossa paróquia até ao local marcado…310 km! Não foi lá que o senhor Judas perdeu as botas, foi lá que perdeu os pés descalços e ensanguentados! E o calor? 40 º! Parecia o inferno, por isso terá ficado Judas por aquela bandas…só pode! Chegados ao destino imperava emborcar líquidos frescos e nada melhor que umas minis para começar. O pior é que acabaram rápido, o pessoal da paróquia de Gontinhães estava com muita sedinha e bebemos as minis todas do snack-bar Residencial FACÃO. No início não tinha percebido a origem do nome mas depressa a minha cachimónia começou a trabalhar: alguns funcionários são ucranianos, mestres das facas pequenas e grandes (faca grande é um facão) e daí a ideia de tirarem a letra L do placard onde se deveria ler… Falcão! Outra cena hilariante foi termos ido a um tasco e termos pedido caracóis. Eles vieram mas estavam com frio… muito frio! Ora na minha paróquia e em muitas outras sempre lhes chupei os cornos quentes! Foi a 1ª vez que comi caracóis frios! Há sempre uma primeira vez… Nesta longínqua cidade (fantasma é certo mas é cidade) há muitos motoqueiros e sempre a assapar, loucos… Nessa noite, depois de jantarmos e de ter feito o melhor discurso do mundo, estivemos num barzito acolhedor, chamado ESPADARTE, … hum …eu disse acolhedor? Acolhedor, acolhedor só quando estávamos na parte de fora! Lá dentro o fumo dos cigarros e afins conspurcava tudo até ao tutano e tornava o ar irrespirável, insuportável sobretudo para quem nunca fumou, como eu! A malta vinha da terra das sardinhas e nem elas gostam de tanto fumo das brasas! Por estas bandas a ASAE não deve aparecer e pensam que um comércio com esse nome deve ser uma peixaria! Estivemos lá até se ter repetido a cena de tarde, acabaram as minis! Soltamos as amarras e navegamos a outro porto de abrigo, FÁBRICA seu nome. Neste local as minis esgotaram num ápice e os finos saltavam como cangurus! Era Fábrica mas não fabricavam minis, só hambúrgueres com e sem bacon. Com minis e finos até ás orelhas fomos dormir. Ficamos bem instalados num convento ou mosteiro que serve de residência universitária. Éramos 5 artolas e o nosso quarto era o nº 13!Abrimos a janela e a vista era de categoria, primaços! Adega Cooperativa de Pinhel! A hora aproximava-se, NATO Picheleiro estava sereno, ainda mamou umas minis minutos antes de dizer o sim… Eu não ouvi o sim, nem vi como era a igreja…nem como estava o padre, nem reparei se a igreja estava toda iluminada, se tinha flores…nem vi se Kadafi e Purrona choraram de emoção, nem sei quem eram os padrinhos, nem as meninas das alianças e muito menos o vestido da noiva! Não vi nada porque um segundo antes de colocar o pé no degrau da porta da igreja apareceram umas minis geladinhas num alguidar e foi um ver se te safas, sentados à sombra bebemos umas jolinhas maravilhosas que souberam muito bem! 40 º de temperatura, estava muito calor! Teve de ser! Ouvi dizer que ele nem gaguejou…eu também não me engasguei! Passamos o resto do dia a comer e a beber como javardos, no karaoke ganhou o SLB, Glorioso Benfica, a musica mais bem cantada. No final da noite queríamos rock, um qualquer local para descansar de comer, entramos numa disco com um nome galáctico e pensávamos que era muito à frente: Biosfera! Festa da praia, areia na entrada, bóias, colchões e colete salva vida colados na parede, guarda-sol gigante na pista de dança, a decoração estava lá mas… e as pessoas? Tivemos nós de entrar para logo de seguida aquilo ficar mais composto! Embora com um nome do outro mundo, Biosfera, recordei a minha escola primária, o WC não tinham sanitas, usavam o que na minha paróquia chamamos cagadeira à caçador! Faltava lá um picheleiro, já o arranjaram…